Em um ambiente econômico cada vez mais volátil e interconectado, a gestão de riscos tornou-se essencial para garantir a resiliência e o crescimento sustentável das instituições financeiras no Brasil.
A gestão de riscos envolve políticas, procedimentos, sistemas e estruturas de governança destinados a identificar, avaliar e mitigar potenciais perdas. Seu propósito central é assegurar a estabilidade financeira nacional e internacional, bem como a confiabilidade do sistema bancário.
Por meio de controles adequados, as instituições promovem a proteção dos ativos e solvência, reforçando a confiança de investidores, clientes e reguladores.
As instituições enfrentam múltiplas categorias de risco, cada uma demandando abordagens específicas:
Uma governança sólida distribui responsabilidades claras entre diferentes instâncias:
Cada fase do ciclo de risco é fundamental para manter a instituição preparada:
O arcabouço normativo brasileiro está alinhado a padrões internacionais e reforça práticas robustas:
A Resolução CMN nº 4.557/2017 estabelece a gestão integrada de riscos e capital, proporcional ao perfil de cada instituição. Já a Resolução BCB nº 470/2025 detalha o cálculo de ativos ponderados pelo risco (RWA) e validações independentes, vigendo a partir de 2027 para os maiores bancos.
A Resolução BCB nº 522/2025 visa combater fraudes e lavagem de dinheiro em arranjos de pagamento, aprimorando transparência e controles. As diretrizes do Basel III, incorporadas pela regulamentação brasileira, definem padrões de capital e liquidez, culminando em regras prudenciais do Banco Central para limites operacionais e segmentação prudencial.
Instrumentos técnicos e tecnológicos ampliam a eficácia da gestão:
Modelos internos de rating de crédito e cálculo de VaR convivem com frameworks padronizados. Testes de estresse simulam cenários extremos para avaliar resiliência de capital e liquidez, enquanto operações de hedge neutralizam exposições a variações de mercado. Controles internos integrados alinham compliance e auditoria, promovendo atualização constante das políticas.
Indicadores como LCR, NSFR e ICM são acompanhados em dashboards que sinalizam desvios e acionam planos de contingência.
Os reguladores definem parâmetros mínimos para garantir solidez:
A digitalização traz ganhos de eficiência, mas também amplia riscos de segurança da informação. A incorporação de critérios ESG demanda ajustes em processos internos e novas métricas de avaliação de riscos socioambientais.
O avanço de criptoativos e pagamentos digitais impõe regulamentações específicas e controles de fraude em tempo real. A crescente exigência por governança corporativa efetiva e transparente intensifica auditorias e reportes, fortalecendo a cultura de risco.
O BNDES é referência na adoção de políticas sofisticadas de crédito, com processos internos robustos e integrados de análise e monitoramento. Ferramentas próprias de stress test e rating permitem ajustar limites de exposição conforme o cenário econômico.
Instituições de pagamento digital, sob a Resolução 522/2025, implementaram controles de fraude avançados, combinando análise de dados em tempo real e aprendizado de máquina para identificar padrões suspeitos.
Em síntese, a responsabilidade socioambiental e governança corporativa caminham lado a lado com o gerenciamento de riscos, promovendo sustentável crescimento e confiança no sistema financeiro brasileiro.
Referências