Em muitas economias emergentes, a lacuna histórica no financiamento de infraestrutura tornou-se um entrave ao crescimento sustentável. As instituições financeiras tradicionais relutam em assumir riscos elevados ou oferecer prazos longos, criando necessidades não atendidas em setores estratégicos.
Para preencher essa deficiência, surgiram ou foram fortalecidos os bancos de desenvolvimento, com a missão de promover o desenvolvimento econômico e social por meio do financiamento de projetos de infraestrutura de longo prazo.
Existem diferentes modelos de bancos de desenvolvimento que atuam no setor de infraestrutura, tanto em âmbito nacional quanto multilateral. Cada um deles possui mandatos e fontes de recursos específicas.
Os bancos de desenvolvimento desempenham papéis fundamentais que vão além da simples provisão de crédito, atuando como catalisadores do progresso estrutural.
Vários casos ilustram a relevância desses bancos na prática. A seguir, um resumo dos principais números e projetos emblemáticos:
Em todos esses casos, observa-se a capacidade técnica de estruturar projetos complexos e de gerar efeitos multiplicadores na economia.
Os bancos de desenvolvimento atuam de forma complementar às instituições comerciais, abrindo caminhos para que o capital privado participe de forma mais ampla e segura.
Por meio de garantias, cofinanciamentos e participação em consórcios, eles reduzem incertezas e possibilitam a expansão de investimentos, criando um ecossistema financeiro robusto e sofisticado para a infraestrutura.
O alinhamento a critérios de governança ambiental, social e corporativa (ESG) tornou-se imperativo para acesso a financiamentos e para mitigação de riscos.
Exigências de compliance, monitoramento socioambiental e adoção de salvaguardas impulsionam a qualidade dos projetos, garantindo a implementação de salvaguardas ambientais e sociais e atraindo recursos de fundos climáticos, como o Green Climate Fund.
Embora possuam vantagens competitivas, os bancos de desenvolvimento enfrentam obstáculos e vislumbram novas frentes de crescimento.
Essas tendências apontam para um papel cada vez mais estratégico, envolvendo não apenas a construção física, mas também a promoção de inovação e pesquisa e desenvolvimento no setor.
A governança dos bancos de desenvolvimento muitas vezes espelha modelos de cooperação "entre iguais", como ocorre no NDB, que reúne países BRICS em um conselho equitativo.
Além de fornecer recursos, essas instituições podem atuar como extensões financeiras de políticas públicas de Estado, garantindo continuidade e alinhamento com metas de longo prazo, tais como a formação de infraestrutura verde e resiliente.
Em suma, o papel dos bancos de desenvolvimento na infraestrutura transcende o mero financiamento: eles são agentes de transformação, capazes de mobilizar recursos, reduzir riscos e fomentar inovações, contribuindo decisivamente para o progresso sustentável de regiões inteiras.
Referências